segunda-feira, 30 de março de 2009

Nada está tão ruim que não possa piorar





Por Armando Pinto*



Estreia do uniforme 2009. Inauguração do estádio “Sargentão”. Recorde de público. Jogo com juiz. Era para terminar em festa em algum bar. Até terminou assim, mas só pelo fato de atletas e torcida serem profundos admiradores de uma cerva gelada. Na verdade não houve o que comemorar. O UH resolveu homenagear o recém-falecido deputado e estilista Clodovil Hernandes e levou uma varada, mas uma varada, que até agora os jogadores estão com dificuldades para sentar.

Quem não assistiu o jogo e vê apenas o placar de 14 a 2, pode se enganar. Na verdade poderia ter sido pra mais de 20. Tudo deu errado: do goleiro ao atacante, todo mundo foi mal. Depois do Carrossel Holandês, foi a vez do Universidad lançar o Trem-Fantasma Histórico, um esquema de jogo revolucionário que consiste em aplicar constantes sustos na torcida. O goleiro levou 14 gols, mas não teve culpa em nenhum deles. Tá bom, acredito. Como num filme adolescente americano, o São Paulo convidou a zaga do UH para o baile e ainda a comeu no banco de trás do carro. O meio-campo estava mais confuso que a trama de “Lost”. Os atacantes chegaram atrasados para o jogo, tanto que há quem diga que nem chegaram ainda. Só a torcida, a mais bonita do Brasil, fez a sua parte apoiando o seu time.

É como diz o ditado: pisou na merda, abre os dedos. Até uma menina entrou em campo, além das outras que já estavam em campo. Mas como ela não era nenhuma Martha, pouco pôde fazer. E tome chutão pra frente, bola na canela...

Mas ainda resta esperança. O Universidad, tal qual uma fênix, sempre renasce das cinzas. Mesmo diante desse vexame, foi gostoso ver a torcida sem almoço apoiando o time. Os jogadores também mostraram raça, chegaram junto em todas as divididas. Só quando foi pra dividir o preço do campo é que alguns correram. Normal. O importante é que a chama ainda está acesa, o time tá motivado e o espírito putão não morreu.

Até o próximo jogo.



* Armando Pinto é comentarista esportivo. Esteve em cinco copas, quatro olimpíadas, três torneios de bocha e oito concursos de Miss Universo. Trabalha como redator do Sportv, do Esporte Espetacular e do Superpop, além de ser garoto-propaganda da Pfizer.

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