A Zona Sul é nossa! A-ha U-hu

Todo mundo sabe que jogar num time grande como o Universidad não é pra qualquer um. A pressão é enorme, por parte da torcida exigindo resultados, por parte da diretoria para fazer caixa com o time, por parte da imprensa sempre sedenta por exibições de gala. Nem sempre isso é possível, afinal, por mais que não pareça, os jogadores do UH são seres humanos, e por isso às vezes falham e acabam perdendo as partidas por resultados simples, como 14 a 2 ou 18 a 4. Mas hoje foi tudo diferente. Com uma mistura de raça, técnica e disciplina tática, o Universidad venceu, convenceu, esculachou, sacudiu a roseira e bagunçou o coreto do Leme's Old Boys, numa vitória maiúscula por 4 a 3, em plena casa do adversário.

A Zona Sul se mobilizou para assistir a partida do UH

A manhã prometia muitas emoções para os cariocas. Um dia lindo de sol foi o presente de Deus para que seus filhos prediletos, os craques do UH, pudessem desfilar os seus talentos futebológicos. Mas como sempre acontece quando o time joga fora dos seus domínios, mais uma vez a desorganização se fez presente. Inicialmente o jogo estava marcado para a quadra do Rio Sul às 10:00, mas nesse horário apenas dois atletas já haviam chegado. Só às 11:40 o resto da equipe compareceu e a peleja acabou sendo transferida para o campo da Ufrj na Praia Vermelha, atrás do Hospital Psiquiátrico. Mas o UH é um time versátil e joga em salão, campo, society, praia ou mesa de bar com a mesma desenvoltura. E foi assim que começou o espetáculo.

Os internos do Pinel compareceram em peso para torcer pelo UH

Os dois times iniciaram a partida se estudando, como numa partida de xadrez, observando cada movimento do adversário com cautela. O campo, desnivelado e esburacado, era um adversário para as duas equipes. Mais bem disposto, o Leme partiu pra cima, enquanto o Universidad ainda parecia desorganizado, com falhas na marcação, muito chutão e pouca posse de bola. Nesse panorama, o Leme marcou primeiro, com Manguaça trombando com a zaga e, num gramado horrível, colocando a bola por baixo das pernas de Roberto. O gol evidenciou as falhas de posicionamento da equipe e a necessidade de corrigir a marcação e o toque de bola. Mas mesmo atrás no placar a equipe não deixou de arriscar, principalmente nas jogadas pela direita. Após algumas chances desperdiçadas, finalmente veio o gol de empate, com Renato chutando de fora da área. O gol deu a chance ao UH de respirar e tocar a bola com consciência, e a partir daí, tomar conta do jogo. No último lance do primeiro tempo, o estreante Emerson ainda perdeu uma ótima oportunidade.

Veio o segundo tempo e a superioridade do Universidad se confirmou. Muito mais organizado taticamente, com os jogadores posicionados corretamente, o time tratou de partir pra cima pra definir o jogo. Mas mesmo melhor em campo, levou outro susto, num gol do Leme. Perdendo de 2 a 1, o UH não se abalou. Num belo lançamento de Leandro, e depois de uma linha de passe de cabeça entre Paulo e Renato que lembrou muito o Internacional de Falcão, a bola sobrou para Thiago completar e igualar a partida, que a essa altura, já estava nas mãos do Universidad. Não demorou muito e a virada aconteceu, com Paulo escorando um cruzamento, deixando ainda mais enlouquecida a torcida, formada por pacientes do Pinel. Com o domínio completo da partida, o artilheiro Paulo ainda fez mais um, muito parecido com o terceiro. Com 4 a 2 no placar, em certos momentos o UH parecia o Santos de Pelé, ou o Botafogo de Garrincha. Tamanha superioridade fez com que o time se distraísse e levasse o terceiro gol num belo chute de fora da área. A partir daí, foi só emoção, com o time todo na zaga para segurar o resultado. 4 a 3, vitória incontestável e, para coroar a exibição, no fim da partida ainda foi apresentada, numa parceria com a Topper, a nova bola de futsal da equipe, que com certeza dará muitas alegrias a essa imensa torcida do Universidad.

É ela que ainda vai dar muitas alegrias à torcida

Notas

Roberto - Foi traído pelo gramado (ou pela falta de gramado) no lance do primeiro gol. Soltou uma bolas fáceis, mas melhorou junto com o time no segundo tempo. Nota 7

Rodrigo - Algumas falhas na marcação no começo, mas subiu de produção junto com o time. Nota 7

Thiago - Roubou muitas bolas e cadenciou o jogo pelo meio de campo. Mostrou oportunismo no gol. Nota 8

Leandro - Ainda se mostrou lento em algumas divididas, mas tocou bem a bola e fez um belo lançamento no segundo gol. Nota 7

Emerson - Ótima estréia, com bons dribles e passes precisos. Bom jogador vindo da base do UH, que não revelava ninguém há muito tempo. Nota 9

Renato - Sempre perigoso no ataque, formou uma dupla infernal com Paulo, responsável por jogadas envolventes. De quebra, ainda deixou o seu. Nota 8

Paulo - No primeiro tempo, desperdiçou algumas boas jogadas pela direita. Mas no segundo tempo se redimiu, marcando dois gols que evidenciaram seu faro de gol. Nota 8

Leme's Old Boys - Apesar de ter um time alto e forte, não conseguiu ganhar as divididas. Os maiores destaques acabaram sendo os próprios jogadores emprestados pelo UH, Anderson e Marcelo, até porque eu não sei o nome de nenhum outro.